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Primeira Vacina Autorreplicante de mRNA para COVID-19, KOSTAIVE® da CSL e da Arcturus Therapeutics é aprovada pela Comissão Europeia

Atualizado: 6 de mai.

Com relação risco-benefício desfavorável, a tecnologia levanta preocupações sobre contaminação e dispersão de replicons sem consentimento

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A líder global em biotecnologia CSL (ASX: CSL; USOTC: CSLLY) e a pioneira em sa-mRNA Arcturus Therapeutics (Nasdaq: ARCT) anunciaram em 14 de fevereiro de 2025 que a Comissão Europeia (CE) concedeu autorização de comercialização para a KOSTAIVE ® (ARCT-154), uma A líder global em biotecnologia CSL (ASX: CSL; USOTC: CSLLY) e a pioneira em sa-mRNA Arcturus Therapeutics (Nasdaq: ARCT) anunciaram em 14 de fevereiro de 2025 que a Comissão Europeia (CE) concedeu autorização de comercialização para a KOSTAIVE ® (ARCT-154), uma vacina auto-amplificadora de mRNA COVID-19 COVID-19, para indivíduos com 18 anos ou mais. KOSTAIVE é a primeira vacina de sa-mRNA contra a COVID-19 a receber aprovação da CE. KOSTAIVE é atualmente comercializada no Japão contra a COVID-19. A aprovação segue um parecer positivo adotado pelo Comité dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) sobre 12 de dezembro de 2024. A autorização de comercialização centralizada da KOSTAIVE é válida em todos os Estados-Membros da UE e nos países do EEE.

 

“Estamos trabalhando ativamente para otimizar a formulação do KOSTAIVE para melhor atender às necessidades dos profissionais de saúde e seus pacientes. Como a COVID-19 continua a ser uma ameaça global imprevisível, a CSL dedica-se a completar essas melhorias técnicas e disponibilizar essa vacina inovadora na Europa o mais rápido possível”, disse Jonathan Edelman, MD, Vice-Presidente Sênior da Unidade de Inovação de Vacinas, CSL.


Como o sa-mRNA funciona na vacina auto-amplificadora KOSTAIVE

Diferente do mRNA tradicional, o sa-mRNA é derivado de vírus de RNA de cadeia positiva (como os alfavírus ou o vírus da encefalite equina venezuelana) e contém uma sequência que permite sua replicação dentro das células humanas. Isso resulta numa produção muito maior de antígenos, potencializando a resposta imune com doses menores de RNA. Na prática, as vacinas de sa-mRNA para COVID instruem o corpo a produzir mais mRNA base para produção do antígeno Spike para aumentar a resposta imune.

 

O sa-mRNA é composto por duas partes principais:     

1. Sequência de Replicação Viral: Contém genes que codificam uma RNA polimerase dependente de RNA (RdRp), uma enzima que permite a replicação do RNA dentro da célula. 

2. Sequência Codificante do Antígeno: Codifica a proteína antigênica que será reconhecida pelo sistema imunológico (no caso da COVID-19, a proteína spike do SARS-CoV-2).     

 

Quando o sa-mRNA é introduzido nas células, ele usa a maquinaria celular para produzir a RNA polimerase viral. Essa enzima, por sua vez, amplifica o RNA, gerando múltiplas cópias do mRNA que codifica o antígeno. Esse processo resulta numa produção muito maior da proteína antigênica em comparação com o mRNA tradicional, sem a necessidade de doses elevadas (Pardi et al., 2018; Maruggi et al., 2019).

 


Aplicação do sa-mRNA na vacina KOSTAIVE para COVID-19

O funcionamento da vacina KOSTAIVE pode ser descrito em etapas:

1.       Entrega do sa-mRNA – o sa-mRNA é encapsulado em nanopartículas lipídicas (LNPs) que protegem o RNA da degradação e facilitam sua entrada nas células humanas (Brito et al., 2014).

2.       Entrada na Célula – após a injeção, as LNPs fundem-se com as membranas celulares, liberando o sa-mRNA no citoplasma.

3.       Replicação do RNA – o sa-mRNA usa a maquinaria celular para produzir a RNA polimerase viral, que amplifica o RNA, gerando múltiplas cópias do mRNA que codifica a proteína spike do SARS-CoV-2 (Vogel et al., 2018).

4.       Produção do Antígeno – as cópias do mRNA são traduzidas em proteínas spike, que são apresentadas na superfície das células ou liberadas no ambiente extracelular.

5.       Resposta Imune – as proteínas spike são reconhecidas pelo sistema imunológico, desencadeando uma resposta robusta, incluindo a produção de anticorpos neutralizantes e a ativação de células T (Sahin et al., 2014).



Segurança em ensaios clínicos

Um estudo randomizado, duplo-cego, controlado nas fases 1 (N = 100), 2 (N = 300), 3a (N = 600) e 3b (N = 16.000) integrado em 16 centros de estudo no Vietnã (Hồ et al. 2024) foi realizado ao abranger dados obtidos a partir da inscrição do primeiro participante da fase 1 em 15 de agosto de 2021 até 12 de janeiro de 2023 (ponto de corte para extração de dados para análises de segurança provisória e eficácia por protocolo da fase 3b). Cada uma dessas fases durou 3 meses e um primeiro ponto a ressaltar é que é incrível como as agências de saúde pública normalizaram a aprovação de terapias genéticas sem testes de longo prazo e com tão poucos participantes quando não há nem mais a suposta necessidade de aprovação emergencial, diga-se de passagem, forjada à época ao denegrir a existência de tratamentos alternativos baratos e eficazes.

 

Nas fases 1, 2 e 3a, 89,6% dos vacinados com ARCT-154 relataram pelo menos um evento adverso após a 1º dose, sendo que 74.5% relataram reações sistêmicas com 15,2% necessitando de atenção médica após a primeira dose (Tab. 1). Durante os ensaios clínicos para KOSTAIVE, cinco mortes e 118 reações adversas graves (1.5%) foram relatadas entre os participantes do estudo de fase 3b. Após uma análise do artigo e do extenso material suplementar associado, não foram encontradas as causas das mortes nem quais foram os eventos adversos graves, sendo apenas relatado que as mortes não estiveram relacionadas com a vacina KOSTAIVE. Façamos os cálculos: se 100 bilhões de pessoas fossem vacinadas com a vacina KOSTAIVE, teríamos 1,5 bilhões de reações adversas graves, muitas delas incapacitantes, sem cura ou reduzindo a expectativa de vida das vítimas. São números ultrajantes tratados pela mídia usualmente como casos raros. É preocupante que muitos dos autores do estudo são funcionários em tempo integral da Arcturus Therapeutics, levantando preocupações sobre o viés em suas conclusões devido a conflitos de interesses.


Eventos adversos após as doses de ARCT-154
Tabela 1 Eventos adversos após as doses 1 e 2 de ARCT-154 e placebo nas fases 1, 2 e 3a combinadas e fase 3b.

Outra preocupação que tem sido levantada por médicos, e que vai além da toxicidade das fórmulas e de elementos estranhos não-declarados nas mesmas, é que nenhum dos ensaios clínicos abordou a possibilidade de espalhamento dos produtos conhecida como efeito ‘shedding’ – que consiste no derramamento de mRNA para o exterior das células via exossomos. Este processo pode levar à contaminação de outrem por contato com a pele, ou mesmo pelo ar que respiramos, ao gerar respostas imunes e possíveis reações adversas mesmo em indivíduos não-vacinados. Falamos de uma dose de 10µg da vacina KOSTAIVE que contém aproximadamente 4,6 trilhões de moléculas de sa-mRNA que podem eventualmente se espalhar entre indivíduos sem consentimento ao se autorreplicar nas populações humanas. Está claro que a indústria farmacêutica e as agências reguladoras ignoram procedimentos de segurança quanto à replicação de mRNA sintético indefinida, o que pode promover a replicação descontrolada de antígenos tóxicos em larga escala.

 


Eficácia

Cálculos de eficácia são baseados na Redução de Risco Relativa, resultando numa eficácia alegada de 95,3% contra casos severos de COVID-19 (Tab. 2). Todavia, a Redução de Risco Absoluta (omitida em qualquer estudo tentando provar a eficácia das vacinas) girou na faixa de 0,5% (41/7723 – 2/7787), tal que o número necessário para vacinar para prevenir um caso severo de COVID girou em torno de 200 pessoas (1/0,005) (Para saber como são feitos os cálculos de eficácia absoluta e relativa clique aqui).


Desfechos primários e secundários principais de eficácia da vacina  KOSTAIVE para COVID-19
Tabela 2 Desfechos primários e secundários principais de eficácia da vacina (VE) na população de análise ITT modificada (mITT)a.

Com base em 1,5% de reações adversas graves demonstrado no estudo, vacinar 200 pessoas resultaria em 3 reações adversas graves na tentativa de salvar uma pessoa saudável de um caso severo de COVID-19. Logo, a relação custo-benefício é claramente desfavorável. Seguindo a mesma base de cálculo, seria necessário vacinar 964 pessoas para prevenir 1 morte por COVID-19, o que resultaria em aproximadamente 14,5 reações adversas graves.

 

Já na versão da própria CSL, a aprovação baseia-se em dados clínicos positivos de vários estudos, incluindo um estudo integrado de fase 1/2/3 que demonstra a eficácia e tolerabilidade do KOSTAIVE, e ensaios de reforço de Fase 3 COVID-19, que alcançaram resultados de imunogenicidade mais elevados em comparação com uma vacina convencional de mRNA COVID-19. Uma análise de seguimento que avaliou uma dose de reforço de KOSTAIVE também mostrou que a vacina provocou imunogenicidade superior e persistência de anticorpos até 12 meses após a vacinação contra múltiplas estirpes de SARS-CoV-2 em ambos os grupos etários de adultos mais jovens e mais velhos versus o mesmo comparador de mRNA. 

 

"A tecnologia KOSTAIVE de sa-mRNA significa um grande avanço na inovação de vacinas, proporcionando o potencial para uma proteção mais ampla e duradoura. Esta aprovação destaca a promessa clínica do KOSTAIVE e sua capacidade de proteção contra o vírus COVID-19 em constante mudança", disse Joseph Payne, CEO da Arcturus.

 

É clarividente aos olhos de todos que há interesses particulares na aprovação dessas injeções experimentais que se sobrepujam à saúde pública. Devido ao exposto, a vacina KOSTAIVE nunca devia ter sido aprovada.

 


Estado atual do desenvolvimento de tecnologias auto-amplificadoras de mRNA

O Complexo Biofarmacêutico está se preparando para a implantação em larga escala de injeções de mRNA autorreplicantes (auto-amplificadoras). Atualmente, há ao menos 33 candidatos em desenvolvimento (Tab. 3).


Estado atual do desenvolvimento de sa-mRNA
Tabela 3 Estado atual do desenvolvimento de sa-mRNA: Companhias e instituições desenvolvendo plataformas de sa-mRNA, número de candidatas por indicação, e os estágios de desenvolvimento clínico mais alto atingido entre elas.

A primeira injeção de replicon para uso humano recebeu autorização de uso emergencial (EUA) do Escritório do Controlador Geral de Medicamentos da Índia (DCGI) em junho de 2022: GEMCOVAC-19 da Gennova Biopharmaceuticals. Isso foi seguido pela aprovação imprudente dos EUA em junho de 2023 para GEMCOVAC-OM, uma injeção de reforço replicon que tem como alvo a cepa Omicron.

 

Em novembro de 2023, o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão (MHLW) aprovou totalmente a injeção de replicon da CSL e da Arcturus Therapeutics: KOSTAIVE ARCT-154. Descartando todas as preocupações, o MHLW do Japão aprovou a injeção de reforço atualizada em setembro de 2024 para atingir a linhagem JN.1 das subvariantes Omicron.

 

Enquanto isso, o USDA aprovou discretamente uma injeção experimental de RNA auto-amplificador para cães desenvolvida pela Merck em junho de 2024: Nobivac NXT Canine Flu H3N2. Parece que a Merck está tentando camuflar o fato de que este produto é autorreplicante. A descrição primária do produto indica apenas que ele usa "tecnologia revolucionária de partículas de RNA". No entanto, a nova plataforma funciona por partículas de RNA direcionadas às células dendríticas, onde elas se autorreplicam e resultam na produção sustentada de antígenos.

 

A possibilidade de derramamento de produtos de cães para humanos ou outros animais nunca foi testada. Esta injeção está atualmente amplamente disponível para compra online e administração canina. Enquanto o Complexo Biofarmacêutico se esforça para obter injeções de mRNA auto-amplificadoras aprovadas para humanos, eles parecem não ter problemas em atingir nossos animais de estimação.


Nobivac propag

A implantação desta plataforma experimental continuou em setembro de 2024 para atingir gatos: Nobivac NXT FeLV. Em nenhum lugar do folheto do produto ele menciona o mecanismo de ação de autoamplificação do RNA. Eles esperam que os veterinários desavisados não pensem duas vezes antes de aceitar o produto 'novo e melhorado'. Os chamados dados de 'segurança' para este produto são os seguintes:

 

"Segurança demonstrada em condições de campo" de Dados em arquivo – Saúde Animal Merck.

 


Conclusões

Mesmo sem estarmos num estado de emergência para a saúde pública, terapias genéticas continuam sendo aprovadas no curto-prazo sem testes de segurança de longo-prazo adequados, com poucas cobaias humanas, e com relação risco-benefício altamente desfavorável. Se esses experimentos de transfecção têm sido aprovados a toque de caixa em humanos, parece ser ainda mais fácil e menos burocrático sua aprovação em animais. Devido ao caráter autorreplicante, há o risco de contaminação de replicons em larga escala entre não-vacinados, podendo ser um método de quebrar a barreira da hesitação de modo não consentido para dispersar antígenos tóxicos queiram ou não entre as populações humanas.


 

Referências Bibliográficas

  1. Brito, L. A., Chan, M., Shaw, C. A., Hekele, A., Carsillo, T., Schaefer, M., ... & Mason, P. W. (2014). A cationic nanoemulsion for the delivery of next-generation RNA vaccines. Molecular Therapy, 22(12), 2118-2129. DOI: 10.1038/mt.2014.133

  2. CSL (2025, 14 de fevereiro). European Commission approves CSL and Arcturus Therapeutics’ KOSTAIV®, the first self-amplifying mRNA COVID-19 vaccine. CSL Newsroom. Recuperado em [2025, 03 de março], de https://newsroom.csl.com/2025-02-14-European-Commission-Approves-CSL-and-Arcturus-Therapeutics-KOSTAIVE-R-,-the-First-Self-amplifying-mRNA-COVID-19-Vaccine 

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  4. Maruggi, G., Zhang, C., Li, J., Ulmer, J. B., & Yu, D. (2019). mRNA as a transformative technology for vaccine development to control infectious diseases. Molecular Therapy, 27(4), 757-772. DOI: 10.1016/j.ymthe.2019.01.020

  5. Pardi, N., Hogan, M. J., Porter, F. W., & Weissman, D. (2018). mRNA vaccines — a new era in vaccinology. Nature Reviews Drug Discovery, 17(4), 261-279. DOI: 10.1038/nrd.2017.243

  6. Sahin, U., Karikó, K., & Türeci, Ö. (2014). mRNA-based therapeutics — developing a new class of drugs. Nature Reviews Drug Discovery, 13(10), 759-780. DOI: 10.1038/nrd4278

  7. Vogel, A. B., Lambert, L., Kinnear, E., Busse, D., Erbar, S., Reuter, K. C., ... & Sahin, U. (2018). Self-amplifying RNA vaccines give equivalent protection against influenza to mRNA vaccines but at much lower doses. Molecular Therapy, 26(2), 446-455. DOI: 10.1016/j.ymthe.2017.11.017

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